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ALBUM CHOROGRAPHICO MUNICIPAL DO ESTADO DE MINAS GERAES: CONTEXTO HISTÓRICO

Maria Lúcia Prado Costa
Fundamar - Fundação 18 de Março

Este texto se propõe a apresentar algumas informações sobre o Album Chorographico - Álbum Corográfico, na grafia atual - identificando o contexto histórico de sua produção; a divisão político-administrativa por ele adotada e a metodologia de pesquisa de identificação dos territórios dos atuais 853 municípios mineiros na obra; e ainda uma rápida análise dos temas mais frequentes nas ilustrações que acompanham os mapas municipais.

CONTEXTO DE PRODUÇÃO DA OBRA

O Album Chorographico foi produzido no contexto de comemoração do Centenário de Independência do Brasil (1822-1922). A Comissão Mineira do Centenário, “era presidida pelo dr. Affonso Vaz de Mello [prefeito de Belo Horizonte][1] e secretariada pelos srs. Dr. Alfredo Sá[2] e Milton Prates” (FREITAS, 1922). Maria do Carmo Andrade Gomes informa ainda como componentes da Comissão: Joaquim Francisco de Paula, Gustavo Pena  e Pedro Mata Machado. (GOMES, 2015, p. 213)

Sua principal missão era a produção de um conjunto de produtos estatísticos e cartográficos. O serviço seria coordenado por Teixeira de Freitas, segundo explicação dele próprio, em discurso de 1924, quando prestava contas do trabalho, até então realizado, ao Secretário da Agricultura, Daniel de Carvalho:

A direção dos respectivos trabalhos foi entregue ao Escriptorio de Representação da Diretoria Geral de Estatística em Minas, a cargo do dr. Mario Augusto Teixeira de Freitas, ao qual competiu assim, além da parte administrativa dos serviços, preparar os necessários subsídios estatísticos (FREITAS, 1924, p. 13).

Segundo ainda Teixeira de Freitas [3], em memorial sobre a estatística no Brasil, os documentos a cargo da Comissão do Centenário seriam:

1º) uma carta física e política do Estado, na escala de 1:500 000, em que se resumissem todos os  esparsos elementos de cartografia mineira [...]; 2º) um Boletim Estatístico-Corográfico, em qual, aliando-se a estatística à corografia, se estudassem, primeiro, os 178 municípios separadamente, e depois, o Estado, em conjunto; 3º) um Anuário Estatístico em que se condensassem, em forma exclusivamente tabular, os dados mais expressivos das condições gerais do Estado em 1921" (FREITAS, 1943, p. 113).

Dificuldades várias na realização deste vasto programa geraram alguns produtos parciais, entre eles, o Album Chorographico, objeto do presente texto.

Entre o lançamento do Centenário (1922) e a conclusão do Album (1927) Minas Gerais teve quatro governadores: Raul Soares (1922-1924) que faleceu em pleno mandato; Olegário Maciel[4] (1924-1924); Fernando Melo Viana[5] (1924-1926) e Antonio Carlos Ribeiro de Andrada[6] (1926-1930). A crise política e dificuldades financeiras do período foram alguns dos fatores que atrasaram a conclusão do trabalho. 

Além da Carta de Minas, foram produzidos dentro do contexto da comemoração do centenário: o Annuario, o Atlas e o Album.

CENSO DE 1920

Dentro das comemorações do Centenário, incluía-se o recenseamento de 1920 também a cargo de Teixeira de Freitas.

Em 1920, foi nomeado Delegado Geral do Recenseamento em Minas Gerais e sua notável atuação nesse cargo levou o governo mineiro a convidá-lo para reformar a organização estatística estadual. Teve, então, a oportunidade de testar a aplicação, no campo da estatística, do sistema de cooperação interadministrativa entre as esferas de governo federal e estadual (IBGE, 2012).

No Relatório intitulado "Recenseamento de 1920 em Minas Gerais", apresentado ao Dr. José Luiz Sayão de Bulhões Carvalho, Diretor Geral de Estatística, no desempenho da função de Delegado Geral no Estado de Minas, em 31.12.1921, (publicado em 1951), Teixeira de Freitas esclarece que utilizou-se da campanha do censo para colher dados para conhecimento "detalhado e sistemático da corografia física e política das circunscrições municipais". (FREITAS, 1951, p. 16)

 ANUÁRIO, ATLAS E ALBUM

- O Annuario Estatistico de Minas Geraes, em sua primeira edição de 1924, referente a 1921, era composto de quatro volumes. "Estuda-se no primeiro volume a situação física, no segundo, a demográfica, no terceiro, a econômica, e no quarto, ocupando o primeiro tomo, a situação social, e o segundo, a situação administrativa e política. Apresenta o Anuário um total de 309 quadros, com 3.309 páginas." (FREITAS, 1943, p. 117). Na biblioteca da Fundamar há o volume I, com a indicação: Anno I – 1921. Não existe exemplar do Annuario na Biblioteca Nacional, nem no Arquivo Público Mineiro e nem na Biblioteca Mineriana da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa. Na Fundação João Pinheiro há os quatro volumes. No Instituto Cultural Amilcar Martins há o volume 2 e o tomo 1 do volume 4.

O volume 1 do Annuario, intitulado "Situação Physica" traz os seguintes tópicos: (i) Posição, Limites e Divisão; (ii) Condições Gerais do Território; (iii) Climatologia.  Por Condições Gerais do Território apresentam-se os seguintes tópicos: (i) área em mattas, por municipios e districtos; (ii) principaes bacias fluviaes e sua caracterização; distribuição da superficie do Estado pelas principaes bacias fluviaes; distribuição da superficie dos municípios pelas principaes bacias fluviaes; principaes rios e sua caracterização; relação, localização e principaes característicos das quedas d’água conhecidas; numero e potencia approximada das quedas d’água cadastradas, por municípios; principaes lagoas, seus característicos e localização; principaes ilhas, sua localização e característicos; systema orográphico, seus característicos, composição e localização; principaes grutas conhecidas, sua localização e indicações diversas.

O volume 2 do Annuario, datado de 1926, intitulado "Situação Demographica" traz: População, Registro Civil e Colonização, sendo que este último tópico detalha os núcleos coloniais federais e estaduais de Minas Gerais, referentes a 1921.

O 1º  tomo do volume 4, intitulado "Situação Social", apresenta: Hygiene e Embelezamento Urbanos; Instrucção; Divulgação; Diversões Públicas; Assistência; Cultos; Associações; Criminalidade e Suicídios. O 2º tomo do volume 4 traz: (i) Legislação e administração; (ii) Tributação e finanças públicas; (iii) Defesa Nacional; (iv) Política; (v) Justiça; e (vi) Representação Política.

- O Atlas Chorographico Municipal de Minas Geraes, 2 volumes ilustrados, 1926. Existe exemplar do Atlas no Arquivo Público Mineiro, no Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte, na Biblioteca da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG e no Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro.

- O Album Chorographico Municipal de Minas Geraes, 1 volume, 1927, objeto do presente estudo.

No prefácio do Album, em 1927, Teixeira de Freitas desculpa-se pelo atraso na elaboração do Boletim Estatístico Chorographico Municipal de Minas Geraes, planejado desde o início de 1922. E explica que visando obviar o dano causado pelo atraso, o Serviço de Estatística, sob sua direção, decidiu pela divulgação do Atlas Chorographico Municipal de Minas Geraes (1926) e do Album Chorographico (1927). E ainda se comprometia com a futura realização do Boletim Estatistico-Chorographico, que nunca chegou a existir.

Segundo a historiadora Maria do Carmo Andrade Gomes, que assina outro estudo crítico neste mesmo site, 

O trabalho cartográfico prosseguiu após os festejos do centenário, mas, frente às mudanças territoriais  ocorridas no período e dificuldades financeiras, o grande plano de pesquisas estatístico-cartográficas e de produtos editoriais proposto pela Comissão do Centenário foi revisto em sua maior parte. A publicação da Carta Geral do Estado foi adiada, e o Atlas Corográfico Municipal só veio a ser publicado em 1926, contendo a coletânea dos mapas e as respectivas tabelas estatísticas, mas as minuciosas monografias municipais, previstas no plano original, jamais foram terminadas. Ainda que o programa cartográfico celebrativo da efeméride tenha sido interrompido e fragmentado, ou talvez por isso mesmo, os mapas municipais e as tabelas estatísticas publicados restaram como fontes preciosas para a compreensão do sentido dado e compartilhado pelas comemorações do centenário (GOMES, 2011).

A matriz de todos os produtos é a mesma, assim como os técnicos envolvidos na sua realização. 

A Carta Geral do Estado não foi identificada para fins deste projeto. No Arquivo Público Mineiro há, entretanto, a "Carta do Estado de Minas Geraes confeccionada em comemoração do Primeiro Centenario da Independencia", organizada pelo Clube de Engenharia do Rio de Janeiro e editada em Berlim, Alemanha, em 1922. Este mapa teria sido uma das fontes utilizadas para a produção da Carta Geral. Ele aparece na bibliografia também "como mapa do Dr. Francisco Bering", relator do Clube de Engenharia, à epoca. Tal mapa é apresentado neste site.

Segundo Teixeira de Freitas, em memorial de 1943, a Carta depois de apresentada num exposição regional em Lavras teria ido para o Arquivo Público Mineiro. Mas neste Arquivo não foi identificada.

EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL DO RIO DE JANEIRO 1922

Teixeira de Freitas relata, em documento de 1924, que alguns dos mapas produzidos para a Carta de Minas, concorreram em 1922 “na Exposição do Centenario e nesse certamen conquistaram o Grande Premio – a maior das recompensas conferida.” (FREITAS, 1924, p. 19).

Além deste prêmio, o estado de Minas Gerais ganhou 886 prêmios, seguido de São Paulo com 579, e Bahia com 437 (MINAS GERAIS, 1923).

O programa oficial das comemorações em Minas recebeu do governo créditos especiais (580 contos de réis) destinados especialmente à representação do Estado na Exposição Internacional, o que significou inclusive a construção de pavilhão próprio (GOMES, 2011);

A Exposição do Centenário, de 1922, realizada no Rio de Janeiro, foi a segunda realizada no País. A primeira foi em 1908, no Rio de Janeiro.

A segunda grande Exposição e marco do período que abrange as duas primeiras décadas do século XX no Brasil ocorreu em 1922 também na cidade do Rio de Janeiro, em função do primeiro Centenário da Independência do Brasil. Foi sugerido aos responsáveis pela organização dos eventos comemorativos que se realizasse uma monumental Exposição Nacional. Esta relevaria o acontecimento da Independência do Brasil e exibiria ao mundo os avanços da nação brasileira enquanto nação republicana. No entanto, devido à grande quantidade de países estrangeiros interessados em participar das comemorações do nosso centenário, houve, pois, uma mudança no caráter do evento - tornando-se assim internacional (SANT’ANNA, 2012).

Em setembro de 1923, a mostra mineira foi remontada em Belo Horizonte, no edifício do antigo Conselho Deliberativo[7]. A exposição compunha-se então do original da Carta Geral de estado e de 72 originais de mapas municipais e 60 impressos dos mesmos mapas. Deduz-se que muito ainda havia a ser feito para se completar os 178 mapas de todos os municípios mineiros.

COLETA DE DADOS

Na retrospectiva sobre este imenso trabalho, Teixeira de Freitas faz a seguinte descrição:

Para completar o material disponível para a execução deste programa, foi-nos necessário: proceder a várias buscas nos arquivos; realizar por correspondência inquéritos relativos a assuntos que não dependiam de coleta nos municípios; movimentar um adextrado corpo de Agentes de Estatística, afim de que reünissem êles, percorrendo os municípios, os dados numéricos e os informes de natureza histórica e corográfica que se faziam mister; utilizar ainda um corpo de topógrafos incumbidos de realizar vários levantamentos expeditos, necessários à melhoria dos esboços cartográficos demasiado vagos e imprecisos (FREITAS, 1943, p. 113).

Teixeira de Freitas atribui ao corpo de Agentes Itinerantes o êxito de todo o trabalho estatístico. E destaca que para tanto determinou que as indagações fossem apresentadas como solicitações, sem ameaças de penalidades e tendo como meta a obtenção de respostas para todos os quesitos, sem aceitar a ausência de dados, "antes, suprir a lacuna com uma estimativa cuidadosa" (Idem,  ibidem, p. 117).

E ressalta ainda que à época não se conhecia uma cartografia geral do Estado, nem a de cada um dos municípios mineiros. O mapa de Minas Gerais de 1910 já estava defasado em razão da divisão político-administrativa de 1911.

DIVISÃO ADMINISTRATIVA DE MINAS GERAIS

A folha de rosto do Album adverte que a obra trazia a divisão territorial anterior à lei estadual 843 de 7 de setembro de 1923. Mas, quando apresentou a Carta de Minas, em 1924, Teixeira de Freitas esclarecia que

[...] as indicações da carta, de ordem econômica, social, administrativa e política, referem-se a 31 de dezembro de 1921, exceptuando-se a rede ferroviária, que abrange os trechos inaugurados até começo de 1923 (FREITAS, 1924, p. 17).

A divisão administrativa imediatamente anterior a de 1923 seria a referente à lei estadual n.  556 de 1911, acrescida das pequenas modificações impostas pela lei estadual  n. 663 de 18 de setembro de 1915 e pela lei n. 673 de 5 de setembro de 1916.

Maria do Carmo Andrade Gomes sugere uma pesquisa mais atenta à rede ferroviária efetivamente construída à data desses mapas e considera a representação de trechos inexistentes uma evidência do caráter laudatório da representação cartográfica proposta no Album. No mapa do município de Montes Claros e de Pirapora, por exemplo, há o desenho de uma “E. F. em construção”. E no de Theophilo Ottoni há uma linha assim legendada: “estrada de ferro em projeto”.

A data informada por Teixeira de Freitas - 1923 - para a rede ferroviária é curiosa pois já havia 21 mapas datados de 1922, como será apresentado em tabela deste mesmo texto.

REGIÃO FLORESTAL POUCO CONHECIDA

Há de se destacar no Album a existência de territórios em Minas ainda pouco conhecidos ou povoados, naquela década. No lado oriental do mapa do município de Januaria, na mesorregião do Norte de Minas, há um área denominada “região deserta semi-árida”, entre a margem direita do rio São Francisco e a divisa do município com o estado da Bahia. Há ainda no mesmo mapa, na porção oeste, uma extensa área denominada "Geraes" e, ao centro, outra região chamada "Cerradões de Mangabeiras". Essas denominações para extensas áreas sobre as quais se dividia o município sugerem a prevalência das condições naturais sobre a ocupação.

Toda a porção meridional do mapa do então município de Theophilo Ottoni, no Vale do Mucuri, é nomeada como “região florestal pouco conhecida”. No mapa de Theophilo Ottoni destaca-se ainda a "Aldeia dos Índios Cuticraks da Tribu dos Botocudos". A norte do município, no distrito de Pampan (atual município de Águas Formosas), há Aldeia dos Índios Machacalis.

A denominação “Região Florestal Pouco Conhecida” na extensa mancha do município pode ser inserida na tradição dada pelo Estado aos territórios ocupados pelos ditos incivilizados. Segundo a antropóloga Izabel Missagia de Mattos:

Os territórios conquistados durante o processo de expansão dos Estados Nacionais foram considerados “vazios” não por estarem depopulados, mas por afigurarem-se como antíteses da civilização (MATTOS, 2016, p. 216)

Esclarece ainda, a antropóloga, que a Aldeia dos Cotycracs “ou Gutkraks foram uma dissidência dos Kren-hé (Pojichá), dos quais surgiram os contemporâneos Krenak”. Aldeia constaria com distrito de Conselheiro Pena, no mapa de 1939, uma vez ter ser sido desmembrado do distrito de Igreja Nova, do município de Itambacuri. (COSTA, 1970)

A antropóloga esclarece ainda que não se deve confundir essas aldeias com os grandes Aldeiamentos criados pelo Estado no final do século XIX (Correspondência eletrônica à autora em 31 ago. 2021). Dos seis grandes aldeamentos sugeridos pela lei estadual n. 1921/1872 só três teriam prosperado: (i) o de Nossa Senhora dos Anjos de Itambacuri, no vale do rio São Mateus; (ii) o de Nossa Senhora do Poaia ou Imaculada Conceição do Rio Doce, no atual município de Santa Maria do Suaçuí; (iii) de Itueto, no rio Manhuaçu, no atual município de Santa Rita do Itueto, segundo a mesma antropóloga. O povoado de Poaia, entretanto, consta no mapa do Album, no distrito de São Gonçalo do Amarante e não no distrito de Santa Maria de São Félix (atual município de Santa Maria do Suaçuí), ambos no município de Peçanha, vizinho a Teófilo Ottoni, naquela data. Santa Rita do Itueto, não identificado no Album, emancipou-se do município de Resplendor em 1938. Na configuração do Album, Resplendor era distrito de Aymorés.

O então distrito de Itambacuri, criado exatamente na data da configuração político-administrativa do Album, remonta, portanto, ao antigo Aldeamento de Nossa Senhora dos Anjos, transferido para instância federal também no mesmo ano de 1911.

A direção do Aldeamento de Itambacuri, em Teófilo Ottoni, coube aos freis italianos e capuchinhos Serafim de Gorizia (1829-1918) e Ângelo de Sassoferrato (1846-1926). O local escolhido para o aldeamento foi o chamado “Encogek, que significa espinhaço de cachorro, em razão do formato da serra que corre junto ao rio Itambacuri” (BARBOSA, 1995).

O Aldeamento de Itambacuri - até hoje considerado o mais bem estabelecido aldeamento imperial entre os regidos pelo Decreto n. 426 de 1845 ( decreto que definia o regulamento acerca das missões de catequese e civilização dos índios) gozava de uma situação de prosperidade e boa reputação junto aos governos central e provincial do Império brasileiro. (MATTOS, 2011)

Ocupava uma área de 9 léguas quadradas, segundo consta do documento “Respostas às perguntas redigidas em 1876 pelo Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas aos diretores de Aldeamentos”, pelo Frei Serafim de Gorizia à Diretoria Geral de Índios. Ao se adotar a informação de que uma légua quadrada equivalia a 43,53km² (BARBOSA, 1985), tem-se que o Aldeamento de Itambacuri ocuparia aproximadamente 391,77km² ou 2,5% dos 15.189,83km² do futuro distrito homônimo, criado em 1911.

O término do Aldeamento de Nossa Senhora dos Anjos de Itambacuri é associado, por alguns estudiosos, à criação do Serviço de Proteção aos Índios e Localização dos Trabalhadores Nacionais (SPILTN), em 1911 – data também da divisão político-administrativa adotada no Album. Naquela data, o tema dos indígenas voltou para a instância federal. O Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte, guardião do fundo do Arquivo Nelson Coelho de Senna, dispõe de dois cartões postais dos índios pojichás de Itambacuri, ambos de 1910. 

LITÍGIOS COM OS ESTADOS VIZINHOS

O Album evidencia os litígios entre Minas e seus vizinhos. No mapa do município de Monte Santo, na divisa entre Minas e São Paulo, há duas linhas demarcatórias: (i) linha do status quo; (ii) substitutivo do status quo, proposto por Minas. No município de Extrema, há duas indicações de limites: (i) linha do status quo; (ii) linha extremadora proposta por Minas.[8] No mapa de Paracatu, no Noroeste de Minas, divisa com Goiás, há três linhas de limites. A primeira, intitulada “definitivo”.  A segunda, intitulada “na zona litigiosa” se divide em: (i) pretendido por Minas; (ii) interpretação do laudo arbitral.

Mensagem dirigida pelo Presidente do Estado Arthur Bernardes ao Congresso Mineiro em 1922 relatava sobre os esforços feitos para solução das questões de limite de Minas com os estados vizinhos. Os limites com Bahia e Rio de Janeiro haviam sido solucionados pela lei n. 802, de 22 de setembro de 1920. Para dirimir os conflitos com Goiás e São Paulo havia sido indicado como árbitro o Dr. Epitácio Pessoa (MINAS GERAIS, 1922).

A indefinição de limites de Minas na década de 20 e nas seguintes trouxe alguns problemas quando da pesquisa sobre a localização retrospectiva dos atuais territórios dos 853 municípios do Estado na representação cartográfica de 1927. Há de se ponderar que o território da década de 20 não era exatamente igual ao de hoje, em função dos litígios havidos. Por exemplo, no Album, o distrito de Barra figura no município de Cabo Verde, mas, posteriormente foi transferido para o estado de São Paulo, em virtude do acordo de limites (COSTA, 1970, p. 167).

A única evidência de conflito entre municípios é entre Arassuahy e Theophilo Ottoni, conforme apontado pelo estudo crítico da Profª Márcia Duarte dos Santos, neste site. 

TOPÔNIMOS HOMÔNIMOS

De igual forma, os lugares homônimos – já exaustivamente criticados pelos estudiosos da cartografia mineira – constituem uma armadilha a mais a ser evitada pelo pesquisador. No Album, por exemplo, o topônimo Aymores aparece tanto como município autônomo, no Vale do Rio Doce, quanto distrito de Theophilo Ottoni, no Vale do Mucuri. Este distrito viria a ser o município de Nanuque, em 1948, quando foi desmembrado do município de Carlos Chagas. Para evitar equívocos de homonímia optou-se neste site por informar a atual mesorregião de pertencimento dos municípios apresentados nos mapas no índice de 1927.

A sucessiva fragmentação do território mineiro é outra dificuldade na identificação dos territórios pesquisados. O afã de emancipação dos municípios fica evidenciado na comparação entre os 178 municípios de Minas Gerais, na década de 20 e os atuais 853 – uma multiplicação da ordem aproximada de 1 por 5.

E, como também, já criticado pelos estudiosos do tema, a constante mudança de jurisdição dos distritos, a junção de dois ou mais distritos para formação de um município e a imprecisão dos limites de cada distrito são variáveis a serem observadas na pesquisa retrospectiva da genealogia dos territórios mineiros.

Dá-se como exemplo a genealogia de um município da porção setentrional da mesorregião do Vale do Rio Doce: o atual município de Mantena, emancipado em 1943, de Conselheiro Pena, era objeto de litígio entre Minas e Espírito Santo em 1960. Conselheiro Penna, por sua vez, aparece na documentação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como desmembrado do município Itanhomi, em 1938, com a seguinte notação: “Divergência entre as fontes ou ausência de informação sobre a genealogia municipal” (IBGE, 212). Itanhomi, distrito criado em 1923, apresenta três datas de sua emancipação do município de Tarumirim: 1923-1938; 1948. Tarumirim já era distrito em 1911 de Caratinga, do qual se emancipou em 1938. Mas não se pode, evidentemente, afirmar que o atual território de Mantena – primeiro a ser citado neste parágrafo - esteja contemplado no Album como município de Caratinga – último citado. A opção foi informar no índice de 2012 deste site: “o município de Mantena não é mencionado no mapa como distrito.”

Ao se utilizarem os índices do site é importante lembrar que a prospecção da localização dos atuais municípios mineiros no Album de 1927 nem sempre coincidirá com o daquele do qual se emancipou, antes ou depois da divisão administrativa de 1911. Como regra geral, concluiu-se, nesta pesquisa, que os municípios emancipados em 1938 já figuravam no Album como distritos.

O ALBUM

O Album Chorographico traz para cada um dos 178 municípios mineiros contemplados (100% do território mineiro na década de 20), além do mapa colorido, dados da população absoluta (censo de 1920), densidade demográfica, área, distritos componentes, plantas do perímetro urbano, e desenhos a bico de pena dos bens ambientais e culturais de cada localidade. Há 20 municípios, entretanto, que não apresentam desenhos de seus bens. A identificação e significado de alguns dos bens representados serão tema ainda a ser discorrido neste texto. 

A Tabela 1 abaixo apresenta as datas indicadas nos rodapés das pranchas de cada município. A maioria delas não traz este dado. A se considerar apenas as datas efetivamente informadas pode-se deduzir uma concentração dos trabalhos em 1923 (32%).

       Tabela 1 - Datas apresentadas no rodapé dos mapas do Album Chorographico                                 

Datas

Nº de Municípios

%

1922

21

12

1923

57

32

1924

25

14

Sem data

75

42

Total

178

100

Elaboração: Autora, 2012
Fonte: MINAS GERAES, Album Chorographico [...] 1927. 

Mensagem do Presidente Raul Soares ao Congresso Mineiro, em 1924, informava que achavam-se impressos 81 mapas e já desenhados 28, "sendo de esperar esteja esse serviço terminado até o fim do anno" (MINAS GERAIS, 1924, p. 105).             

ÍNDICE DO ALBUM

Dos 178 municípios retratados no Album Choreographico, 21 (12%) são representados em folha dupla, conforme apresentado no índice. A geógrafa Márcia Maria  Duarte dos Santos apresenta, em estudo crítico deste site, sua argumentação à luz da cartografia para a representação em folha dupla desses territórios. Assim, a percepção inicial de determinados territórios terem tratamento privilegiado no Album por questões de outras ordens se fragiliza.

Victor da Silveira, na obra coetânea ao Album e intitulada “Minas Geraes em 1925”, editada em 1926, informa haver no estado 151 cidades instaladas e 27 por instalar, o que soma 178 municípios.

No Album alguns municípios são apresentados como Villa no índice: (i) Lima (Villa Nova de); (ii) Rezende (Villa Nova de Rezende); (iii) Braz (Villa), apesar de prevalecer a ordem alfabética do nome principal. Outros trazem no índice e entre parênteses referências a nomes anteriores. São eles: Além Parayba (São José de);  Ferros (Sant’Anna dos); Indaya (Dôres do); Machado (Santo Antonio do); Mutum (S. Manoel do).

 DESENHOS

Destacam-se no Album os primorosos desenhos a bico de pena. Muitos deles foram feitos a partir de fotografias da obra de Roberto Capri, "Minas Gerais e seus municípios", publicada em 1916, por Pocai-Weiss & Co, em São Paulo. No cotejamento entre as duas obras é possível constatar-se que em pelo menos 30 municípios há similaridade entre desenho e fotografia, e respectivas legendas.

A classificação e quantificação dos desenhos apresentados no Album não é tarefa simples. A variação do tamanho das figuras e da nomenclatura de suas legendas às vezes traz dúvidas para seu enquadramento numa determinada categoria e, não raras vezes, alguns desenhos passam despercebidos aos olhos do pesquisador, sendo exigidas várias revisões. Nem todos desenhos trazem legendas. Há de se destacar que 20 municípios (11%) dos 178 apresentados não trazem desenho algum.

Para o presente estudo, os desenhos foram inicialmente classificados como: Escola Normal; Gymnasio, Escola de Aprendizado Agrícola, Collegio; Collegio Militar; Escola de Direito; Escola de Agricultura e Pecuária; Hospital e Santa Casa; Câmara, Paço e Largo Municipal; Cadeia, Penitenciária, Forum, Camara; Quartel; Cinema, Teatro e Casino (sic); Hotel; Igreja e Seminário; Praças, Ruas e Avenidas; Estradas; Residências Particulares; Central e Linha de Bonde; Comércio e Indústria; Fazenda, Habitação Rural e Gado; Usina de Açúcar; Exploração de Minério; Cachoeira; Rio e Ribeirão; Ponte sobre Rio; Represa; Usina Hidroelétrica; Navegação Fluvial; Vegetação; Estação e Sub-Estação de Força e Luz; Captação de Água Potável; Serras, Morros, Grutas e Picos; Vista da Cidade ou dos Distritos; Planta-Baixa ou Croquis da Cidade; Jardim Público e Coreto; Canoeiro e Tropeiro; Posto Zootécnico; Escola de Laticínios; Colônia Agrícola; Posto Fiscal; Monumentos[9].

A Tabela 2 traz apenas aquelas categorias nas quais se identificaram mais de 15 ocorrências de desenhos no Album, alguns com duas ou mais incidências na página de um mesmo município. 

           Tabela 2 – Desenhos de Maior Incidência no Album Chorographico

Tipologia

Número de Figuras

Gymnasio / Escola de Aprendizado Agrícola/ Collegio

16

Santa Casa / Hospital

16

Rio / Ribeirão

17

Fazenda / Habitação Rural

20

Forum / Cadeia / Camara / Paço Municipal (Prefeitura)

25

Cachoeira

25

Grupo Escolar

30

Praça / Rua

31

Igreja / Seminário

38

Vista da Cidade e dos Distritos

40

Planta-baixa / Croquis da Cidade

75

Elaboração: Autora, 2012.
Fonte: MINAS GERAES, Album Chorographico [...] 1927.

 EDIFICAÇÕES URBANAS

Os espaços urbanos se sobrepõem aos rurais nos desenhos apresentados no Album, como bem destacou o estudo crítico de Maria do Carmo Andrade Gomes.

Das diversas construções do espaço urbano, as igrejas – principalmente as Matrizes, foram as mais representadas. Dos 178 municípios do Album, 38 (21%) apresentaram sua igreja ou o Largo da Matriz. Algumas apresentaram mais de uma igreja, como Villa Nova de Lima (Nova Lima) que trouxe o desenho da Matriz e da Egreja do Rosário. A página de Diamantina traz desenho do Seminário Episcopal, da Egreja do Sagrado Coração e também da Egreja da Luz.

Vinte cinco cidades (14%) elegeram a representação do Fórum, da Cadeia, da Câmara e do Paço Municipal em desenhos separados ou conjugados[10]. A expressão “paço”, usada para designar o palácio do governante dos tempos do império, teria se estendido para as primeiras décadas da República, segundo se deduz pela frequência desta legenda nos respectivos desenhos. No paço ficava o Agente Executivo, designação dada ao vereador mais votado que exercia as funções hoje equivalentes às de Prefeito. A única exceção apresentada no Album é o desenho da Prefeitura de Poços de Caldas.

Não deixa de ser curiosa a predominância dos espaços religiosos sobre os cívicos na jovem República que propunha a separação entre a Igreja e o Estado. 

GRUPOS ESCOLARES

No Album, 30 municípios elegeram o desenho do grupo escolar para figurar como representação de um bem cultural, o que significa 38% das cidades mineiras naquela data. O desenho do Grupo Escolar Marcolino de Barros da cidade de Patos, no Album, indica na fachada o prédio do “sexo masculino” e o do “sexo feminino”.

Os grupos escolares foram introduzidos em Minas Gerais pelo governador João Pinheiro[11], através da lei n. 439 de 28 de setembro de 1906 e pelo decreto n. 16 de dezembro do mesmo ano.

A historiadora Cynthia Greive Veiga, especialista em história da educação, assim analisa a reforma de João Pinheiro:

Lembremos que as modificações produzidas durante sua gestão política [de João Pinheiro] alteraram significativamente a mentalidade da organização escolar mineira, no que se relaciona a espaço, tempo e conteúdos escolares. Ressalta-se a organização dos horários, a construção de belos exemplares de prédios escolares, como monumentos ao saber, a divulgação de metodologias de ensino baseada no método intuitivo e não apenas na memorização de conteúdos, e a idéia de um ensino agradável (VEIGA, 2000, p. 52) (grifos nossos).

Na contramão dos prédios suntuosos, o município de Rio Preto traz o desenho de uma casa simples para o Grupo Escolar.

ESCOLAS NORMAIS

Segundo ainda a lei mineira n. 439 de 28 de setembro de 1906, já mencionada,

Art. 15 – O ensino normal do Estado será ministrado em:
I – escola normal-modelo na Capital;
II – escolas normais regionais.

O Album traz a representação da Escola Normal de Belo Horizonte, Itaúna e Passa Quatro. A Escola Normal da Capital foi instalada em 1907 (FERREIRA, 2010)[12].

Segundo Cynthia Greive Veiga,

A Escola Normal da Capital foi o ponto alto da reforma de João Pinheiro, com disciplinas organizadas em 3 anos de curso, que previam desenho, trabalhos de agulha, higiene, entre outras [...] (VEIGA, 2000, p. 52)

Há de se esclarecer que na data de edição do Album, 1927, Minas Gerais vivia a reforma educacional Francisco Campos[13], no governo de Antonio Carlos Ribeiro de Andrada.

Em maio daquele ano se realizava o Primeiro Congresso de Instrução Primária do Estado de Minas Gerais. No dia 15 de outubro, quando se comemorava o centenário da instrução pública no Brasil, foi promulgada a Reforma do Ensino Primário e Normal (decreto-lei n. 7.970) seguida de outras leis complementares no ano seguinte. Pelas razões já explicitadas anteriormente, as representações do álbum são anteriores a esta reforma.

 GYMNASIOS

O Album traz a representação dos Gymnasios de Uberaba, Viçosa, Uberabinha  (Uberlândia); São João del Rey, Lavras[14], Pouso Alegre, Itajubá.

Os termos Gymnasio ou Liceu, ou ainda Colégio, serviam para denominar o ensino secundário espalhado pelo País, a cargo de particulares, leigos ou religiosos. Eram instituições de caráter elitista, organizado para atender às camadas médias como requesito para ingressar no ensino superior.

Somente a partir de 1942, com as Leis Orgânicas do ensino secundário, começaria a ser enfrentada a discussão sobre a seletividade do ensino secundário e seu papel no projeto de modernização da sociedade brasileira.

Na página do município de Ponte Nova há o desenho do Instituto Propedêutico e do Collegio ‘Maria Auxiliadora’. E na de Juiz de Fora, do Collegio ‘Carlota Kemper’. Em Barbacena, há o desenho do Collegio Militar, onde viria a funcionar a partir de 1949 a Escola Preparatória de Cadetes da Aeronáutica (EPCA).

 FACULDADE DE DIREITO E ESCOLA DE AGRICULTURA E PECUARIA

No Album, na página de Belo Horizonte, há o desenho da Faculdade de Direito e na de Passa Quatro há o desenho da Escola de Agricultura e Pecuaria.

A Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) nasceu em 1892, sob o nome de "Faculdade Livre de Direito", em Ouro Preto. Em 1898 foi transferida para Belo Horizonte[15], antes mesmo da instituição da Universidade do Estado de Minas Gerais, atual UFMG. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foi criada em 1927, ano de publicação do Album (UFMG, 2012).

A Escola de Agricultura e Pecuária de Passa Quatro foi criada em 1917 e fechada em 1936 (PASSA QUATRO, 2012). Curiosamente, o município de Viçosa não elegeu a Escola de Agronomia, criada em 1922, pelo secretário Daniel de Carvalho, para ilustrar sua página no album. 

ESCOLA DE APRENDIZADO AGRÍCOLA

O Album traz o desenho das Escolas de Aprendizado Agrícola em Barbacena [16] e em Lavras.

Segundo Marli de Souza Saraiva Cimino

A primeira república viu nascer as Escolas de Aprendizes e Artífices, em 1909, precursoras das escolas técnicas federais, incrementando a formação profissional de nível médio, no Brasil. Nesta conjuntura foi criada a Escola de Aprendizado Agrícola de Barbacena, MG, fundada em 1910 e subordinada ao Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio, ambicionando recolher das ruas órfãos, desempregados e filhos de agricultores da região, ensinando-lhes ofícios em regime de internato (CIMILO, 2012). 

Mensagem do presidente Raul Soares ao Congresso Mineiro em 1923 refere-se à subvenção ao Aprendizado Agrícola de Itambacury, cujo prédio estava sendo reformado por 66 contos de réis. Itambacury foi emancipado neste mesmo ano do município de Teophilo Ottoni.

ESCOLA DE MARINHEIROS

Na página de Pirapora há o desenho da “Antiga Escola de Marinheiros”. Esta escola teria se instalado na histórica Fazenda dos Currais. Uma área de 48.000m², à margem esquerda do rio São Francisco, foi doada à Marinha do Brasil. (Annuario [...] de Minas Geraes, 1913, p. 657)

O Arquivo Público Mineiro traz fotos da construção da Escola de Aprendizes de Marinheiros de Pirapora, datadas de 1910, da Coleção Nelson Coelho de Senna[17]. Nelson de Senna, em "A Terra Mineira" (1922), critica o fechamento desta escola, em 1920. E esclarece que a mesma havia sido criada em 1908 em virtude da lei do Congresso Nacional e que se achava instalada desde 1913, "dando os melhores resultados para a educação de jovens sertanejos com vocação para a vida naval" (SENNA, 1926, tomo 2; p. 212). O prédio depois abrigou o Hospital Regional Carlos Chagas (1920-1950) e, a partir de 1952,o Centro Educacional da Fundação Educacional Caio Martins (FUCAM).  Esse bem foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA) em 2018, no município de Buritizeiro. Segundo o dossiê de tombamento, a Escola teria sido criada pelo artigo 2º n. VI, do projeto n. 297, aprovado no Congresso Nacional em 13 de novembro de 1908. Teria sido extinta pelo Aviso n. 4.074 de 9 de dezembro de 1920 (IEPHA, 2018)

O antigo distrito de São Francisco de Pirapora se emanciparia de Pirapora, com o nome de Buritizeiro.

PONTE SOBRE O RIO SÃO FRANCISCO EM PIRAPORA

Também no município de Pirapora há o desenho da “Ponte de 650m sobre o rio São Francisco”, com os trilhos da Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB). A ponte faz a ligação entre a estação ferroviária de Pirapora (1911) e a de "Independência" (1922) no atual município de Buritizeiro, na época distrito de São Francisco de Pirapora. O longo período de 12 anos para a construção da ponte com os trilhos ferroviários entre as estações é atribuído a uma excepcional cheia do rio em 1914 e à epidemia de gripe espanhola de 1918. A ponte “Marechal Hermes” seria tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico de Minas Gerais (IEPHA), em 1985. Hoje funciona apenas para trânsito de motos e pedestres. O Arquivo Público Mineiro guarda fotografias desta ponte inaugurada pelo Presidente Epitácio Pessoa e pelo governador Raul Soares. Entre as fotografias, aquela que foi reproduzida em desenho na prancha do município de Pirapora.

SANTAS CASAS DE MISERICÓRDIA E HOSPITAIS

São 13 municípios que apresentam no Album ilustrações de suas Santas Casas de Misericórdia e três, seus respectivos hospitais. O Arquivo Público Mineiro guarda foto de 1922 do Hospital Regional de Pouso Alegre[18]. 

TEATROS, CINEMA, CASSINO E HOTÉIS

Nove municípios escolheram cinema, teatro, cassino ou hotel como bens patrimoniais para figurar no Album: São João del Rey (Theatro Municipal); Sacramento (Cinema); Pouso Alegre (Theatro Municipal); Ouro Fino (Theatro Municipal); Belo Horizonte [19]e Araguary (Eden Cinema). Campo Bello traz o desenho do “Eden Casino”, (sic). Chama atenção a existência do Hotel Internacional de Pirapora e do Hotel Elite em Cambuquira.

 NÚCLEOS COLONIAIS

Há no Album 16 municípios cujos mapas identificam núcleos coloniais. O Annuario Estatístico de Minas Geraes, de 1926, traz a relação dos núcleos coloniais federais e estaduais existentes em 1921, e ainda a data de criação, a situação e a área em hectares de cada um deles. Os dados são apresentados na Tabela 3, abaixo. Em negrito estão as colônias identificadas tanto no Annuario quanto no Album Chorographico.

Tabela 3 - Relação dos Núcleos Coloniais de Minas Gerais segundo Annuario Estatístico de Minas Gerais referente a 1921. 

Designação

Data   de creação

Situação

Área   Ha.

Núcleos Federaes

João   Pinheiro

1908

Situado   no município de Sete Lagoas. Occupa terras da antiga fazenda “Ponte Nova”. A   sede dista 15 km. da estação de Silva Xavier (E.F.C.B)

9.171

Inconfidentes

1910

Situado  no município de Ouro Fino. Occupa terras do Valle do Rio Mogy. A sede dista  9km da cidade de Ouro Fino. Servido pela E.F. Rede Sul de Minas

5.082

Núcleos Estaduaes

Vargem   Grande

1907

Situado no município de Bello Horizonte. Occupa as terras das antigas fazendas do   “Barreiro” e “Jatobá”. A sede dista da Capital do Estado 12km. por estrada de   automóveis e 9 pela antiga estrada de rodagem. É servido pelas estradas de  ferro Central do Brasil, que ahi tem a estação do Barreiro, e Oeste de Minas

2.167

Constança *

1910

Situado  no município de Leopoldina. A sede dista 4km da cidade de Leopoldina. Servido pela E.F. Leopoldina

2.115

Barão   de Ayuruoca *

1910

Situado   no município de Mar de Hespanha. A sede dista 6km da cidade de Mar de   Hespanha. Servido pela E.F. Leopoldina (Estação de Estevão Pinto). É banhado   pelo rio Kakado.

1.900

Major   Vieira

1911

Situado   no município de Cataguazes. A sede dista 12km da cidade de Cataguazes e a 6km. da Estação Barão de Camargos (E.F. Leopoldina)

1.339

Rio   Doce *

1914

Situado   no município de Ponte Nova. Occupa as terras das antigas fazendas “Gomes” e  “Minhocas”. A sede dista 15km da estação do Pontal (E. F. Leopoldina)

   520

Wenceslau   Braz

1912

Situado   no município de Sete Lagoas. Occupa as terras da antiga fazenda “Primavera”.  A sede sita 7km da cidade de Sete Lagoas. Serviço pela E.F. Central do Brasil  (Parada  kms. 693)

2.516

Pedro   Toledo

1912

Situado   no município de Carangola. A sede dista 18km da estação Faria Lemos, da E.F. Leopoldina, pela qual é servido

  815

Guidoval  

1913

Situado  no município de São Domingos do Prata. A sede dista da cidade 3km. Está a 42km da estação de Saúde, da E.F. Leopoldina, e a 60 aprox. da estação de  Santa Bárbara (E.F.C.B.)

  624

Joaquim   Delfino

1914

Situado   no município de Christina. A sede dista 5 km da cidade. Servido pela estação de Christina da E.F.C.B.

1.009

Vaz   de Mello

1915

Situado   no município de Viçosa. A sede dista 6km da cidade. Servido pela estação de  Viçosa, da E.F. Leopoldina

   933

Alvaro   da Silveira **

1920

Situado no distrito de Conceição do Pará,  município de Pitanguy. Ocupa terras do Valle do rio Lambary. Servido  pelas estradas de ferro Oeste de Minas e Paracatu.

4.372

David   Campista **

1921

Situado   no município de Bom Despacho. A sede dista 5km da Villa de Bom Despacho.   Servido pelas estradas de ferro Oeste de Minas e Paracatu.

1.102

Julio   Bueno **

1921

Situado   no município de Aymorés. Está à margem esquerda do Rio Doce,no logar  denominado “Pedra das Vaccas”. A sede dista 14km da cidade. Servido pela  estação Natividade da E.F.V.M.

   327

Francisco   Sá **

1921

Situado   no município de Theophilo Ottoni. A sede dista 22km da cidade. Foi fundado na  antiga fazenda “Mestre de Campo”. Servido pela Estação de Vallão, da E.F. Bahia a Minas

  2.144

Total

 

 

21.863.

(*) emancipado em 1921
(**) em fundação. 
(em negrito) colônias também identificadas no Album Chorographico.
Elaboração: Autora, 2013
Fonte: MINAS GERAIS, Annuario Estatistico, 1921

Interessante observar que desta relação do Annuario não foram identificados no Album: (i) Núcleo Colonial de Barão de Ayuruoca, no município de Mar de Espanha; (ii) Francisco Sá, em Theophilo Ottoni. Segundo o Annuario o primeiro teria sido emancipado em 1921 e o segundo ainda estaria em formação no mesmo ano.

No Album há ainda núcleos coloniais que não constam do Annuário. São eles: (i) Rodrigo Silva, em Barbacena; (ii) Santa Maria, em Cataguases; (iii) Francisco Salles, em Pouso Alegre; (iv) Maria Custódia, em Sabará; (v) Núcleo Colonial, em São João Del Rey; (vi) Colonia Mauá, em Ayuruoca; (vii) Colônia [Dr. Carlos Alves] em São João Nepomuceno; (viii) Colônia Joaquim Delfino, em Cristina.

A  divergência entre o Annuario (1926) e o Album (1927) sobre as colônias agrícolas de Minas Gerais parece refletir  o duplo movimento de emancipação e criação de colônias no estado coincidentemente em 1921.

Obra clássica sobre o tema é o livro da historiadora Norma de Góis Monteiro, intitulado "Imigração e Colonização em Minas - 1889-1930", datado de 1994. Este livro traz a tabela  dos "Núcleos Coloniais instalados em Minas Gerais no período de 1889/1930. É interessante observar algumas divergências entre o Album, o Annuário e as informações da historiadora.

A pesquisa indicou que o Album de 1927 contemplou núcleos coloniais criados até 1921 - mas não todos. Assim, não constam da obra aqueles núcleos criados entre 1923 e 1927 e listados por Norma de Goes Monteiro: (i) Padre José Bento (Pouso Alegre, 1923); (ii) Brucutu (Santa Bárbara, 1924); (iii) Raul Soares (Pará de Minas, 1928); e (iv) Mucuri (Teófilo Otoni, 1927).

Album não contemplou algumas colônias listadas por Norma Goes: (i) o núcleo de Francisco Sá, criado em 1921, em Teofilo Otoni; (ii) o de Barão de Ayuruoca criado em 1910 no município de Mar de Espanha e emancipado em 03 de março de 1921, segundo Decreto n. 5598.

Norma de Góis Monteiro cita a colônia Julio Bueno Brandão, criada em 1921 e a localiza no município de Peçanha. Tanto no Album quanto no Annuario identificou-se colônia homônima no município de Aymorés e não em Peçanha, municípios da mesorregião do Rio Doce, mas não vizinhos.

Há, entretanto, no Album, núcleos coloniais não citados pela historiadora: Rodrigues Silva em Barbacena[1]; Maria Custódia em Sabará[2]  Núcleo Colonial em São João del Rei[3] e Núcleo Colonial Mauá em Aiuruoca.

A principal contribuição do Album para o estudo das colônias agrícolas de Minas Gerais na década de 20  é a apresentação cartográfica de seus territórios inscrustrados nos respectivos municípios. A espacialização das colônias agrícolas é tema ainda pouco explorado pela historiografia sobre o tema.



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[1] O Arquivo Público Mineiro traz a foto da Colônia Rodrigo Silva, de Barbacena, provavelmente de 1900. A foto traz a vista interna da fiação e torcedura do fio de seda nacional. Está catalogada sob o n. OM-2-001(41)

[2] Há também no APM plantas do Núcleo Colonial Maria Custódia, em Sabará, datadas de 1890 -1892. A foto está catalogada sob o n. S.A. -077

[3] O Arquivo Público guarda Mapa Estatístico com indicação de lotes da Colônia São João del Rey, de 1889-90. O mapa é da coleção Secretaria de Governo da Província e está catalogado sob o n. SG-781.

[1] Afonso Vaz de Melo (1883-1940) foi prefeito de Belo Horizonte, entre 1918 e 1922.

[2] Alfredo Prates de Sá (1878-1960) ingressou no Senado Federal em 1922 e renunciou ao mandato no mesmo ano, para ocupar a chefia da polícia do estado até 1924. (CPDOC, 1984)

[3] Biografia de Teixeira de Freitas publicada na página eletrônica do IBGE informa que ele teria editado: Anuário Estatístico do Estado, o Anuário Demográfico e o Atlas Corográfico Municipal de Minas Gerais. Não informa, entretanto, sobre a edição do Album Chorographico Municipal do Estado de Minas Gerais.

[4] Olegário Maciel (1855-1933), vice, assumiu a presidência do estado após o falecimento do então presidente, Raul Soares (1877-1924).

[5] Fernando de Melo Viana (1878-1954)

[6] Antonio Carlos Ribeiro de Andrada (1870-1945)

[7] O prédio do antigo Conselho Deliberativo (Câmara Municipal), na esquina da rua da Bahia com a Av. Augusto de Lima, abrigou anos mais tarde o Museu de Mineralogia e atualmente é a sede do Centro  Cultural de Belo Horizonte.

[8] A mesma situação se repete nos mapas dos municípios de Guaranésia, Guaxupé, Jaguary, Muzambinho, Ouro Fino, Paraisópolis, Poços de Caldas, São Sebastião do Paraíso.

[9] A rigor, todos os desenhos evocam bens patrimoniais e ambientais dos municípios retratados. Mas, para fins didáticos, foram classificados como Monumentos: em Bomfim, o Gambá de Pedra, “casa construída em 1701”. Em Juiz de Fora, os bustos de Mariano Procópio (1912) e de H. Halfed e a estátua do Christo Redemptor. Em Ouro Preto, a estátua de Tiradentes,a casa de Marília de Dirceu e a Casa dos Contos, “onde morreu Cláudio Manoel da Costa”, a antiga cadeia, então Penitenciária do Estado. Em Sabará, o Chafariz do Largo do Rosário. Em Turvo (Andrelândia), a Pedra Encavallada. Na página de Mariana, a legenda do único desenho é “Marianna, a mais antiga das cidades mineiras”. São indícios do conceito de patrimônio cultural e ambiental de Minas Gerais, antes da institucionalização da política nacional de patrimônio histórico na década de 30. Dos bens acima citados, o chafariz do largo do Rosário veio a ser objeto de tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), através do registro no livro de Belas Artes em 1950. E a Casa dos Contos, objeto de registro no Livro Histórico e no de Belas Artes no mesmo ano. O Arquivo Público Mineiro guarda uma foto da Casa de Marília de Dirceu com a seguinte inscrição "prédio pertencente à União e demolido em 1926".

[10] Na página de Ouro Preto há o desenho da Penitenciária do Estado, “antiga Cadeia de Vila Rica”. E o município de Uberaba traz desenho do 4º Batalhão. 

[11] João Pinheiro foi governador entre 1906 e 1908. Ele já havia sido vice-governador em 1890.

[12] A primeira Escola Normal de Minas foi instalada em 5 de agosto de 1840 em Ouro Preto, então capital da província, a partir da lei n. 13 de 28 de março de 1835. Houve várias paralisações em sua atividade, sendo reaberta definitivamente em 1871.  (GOUVEA; ROSA. 2000)

[13] Francisco Luiz da Silva Campos (1891-1968), político e jurista brasileiro. Professor de direito constitucional e deputado, secretário do Interior de Minas Gerais. (NOVA ENCICLOPÉDIA BARSA. 2000)

[14] O Arquivo Pessoal Nelson de Senna guarda fotos sem data do Ginásio de Lavras. As fotos estão registradas sob os números 973 e 974.

[15] O Arquivo Pessoal Nelson de Senna guarda uma foto da Faculdade Livre de Direito, de Belo Horizonte, sem data, sob o n. 1103.

[16] O Arquivo Público Mineiro guarda uma foto da Escola Agrícola de Lavras (TG 206-017); da Escola de Aprendizado Agrícola de Barbacena, sem data. Também o Arquivo Pessoal Nelson de Senna sob a guarda do Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte guarda uma foto sem data desta última escola, catalogada sob o número 943.

[17] As fotos estão catalogadas sob os números NCS – 128 (01); NCS – 128 (02); NCS – 128 (04); NCS – 229 (01) e NCS – 230 (01).

[18] No Album a legenda do desenho deste hospital é Santa Casa. A foto do fundo Olegário Maciel está catalogada sob o número OM 2-001 (45)

[19] O Arquivo Público Mineiro guarda fotografia, sem data, do Teatro Municipal de Belo Horizonte, localizado à rua Goiás. A foto está cadastrada sob o n. TG-006.

[20] O Arquivo Público Mineiro traz a foto da Colônia Rodrigues Silva, de Barbacena, provavelmente de 1900. A foto traz a vista interna da fiação e torcedura do fio de seda nacional. Está catalogada sob o n. OM-2-001(41).

[21] Há também no APM plantas do Núcleo Colonial Maria Custódia, em Sabará, datadas de 1890 -1892. A foto está catalogada sob o n. S.A. -077

[22] O Arquivo Público guarda Mapa Estatístico com indicação de lotes da Colônia São João del Rey, de 1889-90. O mapa é da coleção Secretaria de Governo da Província e está catalogado sob o n. SG-781.

Maria de Lujan Seabra de Carvalho Costa e Maria Lúcia Prado Costa - Organização
Amilcar Vianna Martins Filho - Prefácio
Maria Aparecida Seabra de Carvalho Cambraia - Planejamento
Márcia Maria Duarte dos Santos - Cartografia
Maria Cândida Trindade Costa de Seabra - Toponímia
Maria do Carmo Andrade Gomes - História
Rodrigo Denúbila | Lazuli Studio - Design e Programação
Arquivo Público Mineiro (APM) - Digitalização do Album
Marina Martins - Estagiária